A Embrapa e os governos de Santa Catarina, por meio Epagri e do Instituto Federal Catarinense (IFC), e do Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), vão trabalhar em conjunto para a criação do Hub-Canoinhas, um ambiente de inovação para cadeias produtivas agropecuárias dos dois estados. A assinatura do protocolo de intenções foi no dia 25 de outubro, durante reunião em Curitiba.
O Hub-Canoinhas vai privilegiar ações para o desenvolvimento tecnológico e a transferência de tecnologia no Centro-Sul do Paraná e no Planalto Norte de Santa Catarina. Esse território compreende 35 municípios paranaenses e 14 catarinenses. A região possui características sociais, econômicas e ambientais semelhantes e muitos municípios com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média dos estados.
Conforme o presidente da Epagri, Dirceu Leite, as parcerias entre pesquisa e extensão são importantes porque permitem potencializar ações. “O Planalto Norte de Santa Catarina merece esse olhar para beneficiar seu desenvolvimento. Ao unir a expertise dessas empresas nas áreas de pesquisa agropecuária e de extensão rural, vamos permitir que novos cultivares e tecnologias cheguem aos agricultores dessas regiões com muito mais rapidez”, afirmou.
Áreas de atuação
Um grupo de trabalho com participantes de todas as instituições que assinaram o protocolo identificou necessidades de atuação junto a pequenos produtores da agricultura familiar em sete cadeias produtivas. São elas: pecuária de corte e leite; hortaliças; fruticultura; suinocultura e avicultura; florestas plantadas e nativas; apicultura e grãos; e três temas transversais: conservação de solos e água; empreendedorismo e sucessão familiar; e agregação de valor e agroindústria familiar.
“É louvável termos a oportunidade de exercitar um ambiente colaborativo para enfrentar desafios comuns e qualificar as entregas com vistas a reduzir o distanciamento tecnológico”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, Natalino Avance de Souza.
Para o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Clênio Pillon, a atuação em territórios garante um entendimento melhor das necessidades de cada local. “As parcerias são fundamentais para coesão e impacto do trabalho. O compartilhamento de conhecimentos e ações pode trazer resultados mais efetivos e em menor tempo”, avalia ele.
Território abrangido
O coordenador técnico da Estação Experimental da Embrapa em Canoinhas, Nelson Feldberg, coordenou a discussão do GT. Segundo ele, os municípios priorizados estão no raio de atuação da Estação Experimental, que servirá como polo de atuação, todos eles contam com a atuação dos demais órgãos envolvidos nos respectivos estados.
Os 14 municípios catarinenses ocupam um território de 10,4 milhões de quilômetros quadrados (10,9% da área de SC), com 370 mil habitantes e somente três deles estão com IDH acima da média de Santa Catarina. Já os 35 municípios paranaenses representam cerca de 14% da área (cerca de 28 milhões de quilômetros quadrados) e 8,4% da população (cerca de 927 mil habitantes) do Estado do Paraná. À exceção de Rio Negro, todos os demais estão abaixo da média do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.
Câmaras temáticas
O analista da Gerência-Adjunta de Aceleração da Inovação da Embrapa, Cassio André Hilbert, explicou que o grupo de trabalho identificou ações para cada uma das cadeias e temas a serem trabalhados. O Hub-Canoinhas deve atuar com câmaras temáticas, compostas pelas equipes técnicas das instituições; conselhos temáticos, com representantes dos agricultores familiares (setor produtivo); comitê executivo, com representantes das câmaras temáticas; comitê deliberativo, com representantes das instituições que compõem o Hub.
A partir da assinatura do protocolo, as equipes devem avançar nas questões regulatórias do funcionamento do hub, materializar a governança e avançar nos planos de trabalho de cada cadeia produtiva. Pela Embrapa, a Estação Experimental de Canoinhas já vai receber o aporte de recursos para investimento em infraestrutura e melhorias no campo experimental. isso vai permitir a intensificação de pesquisas e a propagação de material genético e cultivares dos cultivos trabalhados pelo hub.
Com informações do IDR-Paraná
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