O município de Frei Rogério produziu 1.625 toneladas de alho na safra 2023/24 e Curitibanos produziu 1.470 toneladas da hortaliça no mesmo período. Os volumes fazem dos dois municípios o segundo e terceiro maiores produtores de alho do Estado, atrás de Fraiburgo, que produziu 2.156 toneladas. Os dados são do Observatório Agro Catarinense.
Para fortalecer essa cadeia produtiva, a Epagri reuniu 28 pessoas, entre técnicos e produtores de Curitibanos e Frei Rogério, para uma reunião de pré-plantio de alho, safra 2024/25. O evento aconteceu na comunidade do Xaxim, interior de Curitibanos, e foi realizado com apoio do Grupo Alhos Alvorada Sul e Cresol.
Juliana Golin Krammes, extensionista da Epagri em Curitibanos, explica que o objetivo da reunião foi apresentar os resultados de pesquisa realizados pela Estação Experimental da Epagri em Caçador em áreas específicas da cultura da hortaliça.
O fitopatologista Guilherme Mallmann apresentou os resultados da pesquisa sobre manejo das principais doenças do alho, com foco no sistema de alerta da ferrugem do alho. Já o entomologista Juracy Caldeira Lins Júnior apresentou as principais pragas da cultura, abordando principalmente o manejo da mosca da raiz. Juliana explica que o ataque desta praga tem sido um grave problema na região.
Juliana explica que as orientações passadas pela Epagri visam estratégias de manejo que tragam o maior retorno econômico da cultura aos agricultores, “de forma que essa importante cultura se mantenha na região e fortalecendo a agricultura familiar”, argumenta.
Queda na produção
Santa Catarina produziu cerca de 7,37 mil toneladas de alho na safra 2023/24, redução de aproximadamente 38,6% em relação às estimativas iniciais, que eram de uma colheita de quase 12 mil toneladas. O excesso de chuva foi um dos motivos que comprometeu a produtividade das lavouras.
Desde a safra 2018/2019, a área plantada com alho tem diminuído progressivamente em Santa Catarina. Os 994 hectares plantados na safra 2023/2024 representam aproximadamente 41,32% da área registrada em 2018/2019.
Jurandi Gugel, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, esclarece que a baixa rentabilidade da cultura nas últimas safras tem desestimulado o plantio. Esse foi um dos motivos da redução na produção total, já que a área plantada teve uma diminuição maior do que o projetado inicialmente, o que foi agravado pelos problemas climáticos.
Cenoura
Os pesquisadores também falaram sobre doenças e pragas na cultura da cenoura, uma atividade que vem crescendo muito na região. “Outras ações estão previstas para atender as demandas dos escritórios da Epagri sobre a cultura da cenoura, como visitas técnicas e palestras com pesquisadores da Embrapa na região no mês de junho”, adianta Juliana.