As ações de manejo e conservação do solo no município de Descanso ganharam um novo impulso. Recentemente, três grupos de agricultores locais adquiriram rolos-faca, que são equipamentos utilizados no manejo de plantas de cobertura, técnica difundida pela Epagri para conservar solo e água.
Os maquinários foram comprados com apoio de políticas públicas da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR). Coube à Epagri redigir os projetos que permitiram aos agricultores acessar tais políticas. Os equipamentos foram construídos pela Mecânica Masiero, empresa local parceira na ação.
O rolo-faca foi apresentado em reunião com demonstração de método. O encontro aconteceu no dia 2 de agosto, na propriedade da família de Odanir Accordi, na Linha Gaúcha, em Descanso. Os três grupos de agricultores estavam presentes. Eles conheceram detalhes técnicos e avaliaram na prática a operação no manejo de plantas de cobertura do solo.
Plantas de cobertura
Plantas de cobertura, ou adubos verdes, são espécies cultivadas para melhorar as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Elas se assemelham a espécies cultivadas com fins comerciais. O diferencial é que elas nascem, crescem, morrem e permanecem no mesmo lugar. Desta forma, beneficiam o local de produção e as plantas cultivadas naquele espaço.
Zolmir Frizzo, extensionista rural da Epagri em Descanso, explica que o rolo-faca possibilita o manejo adequado das plantas de cobertura do solo. O equipamento proporciona um amassamento uniforme dessas plantas e dos restos da cultura anterior. Com a tecnologia, é possível conservar a palha sobre o solo e reduzir a incidência de plantas invasoras.
Os resultados são redução no uso de agrotóxicos e proteção do solo contra impactos de chuva e do sol. Assim, incrementa-se sistemas agropecuários, como o plantio direto na palha, que promovem a agricultura sustentável e reduzem custos e riscos de produção.
Políticas públicas
Elvys Taffarel, extensionista rural da Gerência Regional da Epagri de São Miguel do Oeste, exalta as políticas públicas da SAR, executadas através da Epagri. Um dos exemplos citados por ele é o programa Protegendo o Solo e Cultivando Água, que permitiu a compra dos três rolos-faca. Ele avalia que ações como essa incentivam produtores rurais a implantar práticas conservacionistas, como terraceamento e uso de plantas de cobertura de solo.
O programa Protegendo o Solo e Cultivando Água apoia ainda práticas de isolamento e recuperação de mata ciliar, além de proteção e recuperação de nascentes. Por meio dele, famílias agricultoras podem obter financiamentos de até R$30 mil de forma individual e de R$100 mil para grupos com no mínimo três integrantes.
Clístenes Antônio Guadagnin, que também é extensionista rural da Gerência Regional da Epagri de São Miguel do Oeste, entende que é preciso priorizar investimentos na conservação do solo e da água. “São os que se revertem em benefícios econômicos, sociais e ambientais mais rapidamente”, avalia.
Ele lembra que tais investimentos apresentam os resultados mais eficazes e eficientes para a melhoria das qualidades físicas, químicas e biológicas do solo, considerando-se os princípios da agricultura conservacionista. Como consequência, viabilizam estabilidade da produção em sistemas agropecuários que buscam sustentabilidade.
