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BLOG-Epagri

Produtos premiados e inovadores foram destaque na 15ª Feira Sabor Rural, promovida pela Epagri em Joinville

Às vésperas do Dia dos Pais e das Mães, quando as famílias lotam o comércio à procura do presente perfeito, a Epagri realiza anualmente no Shopping Mueller, em Joinville, a Feira Sabor Rural, com o que a agricultura familiar produz de mais especial na região. Nesta 15ª edição do evento, nove produtores do Norte, Médio Vale do Itajaí e Planalto Norte do Estado participaram da feira, oferecendo delícias artesanais premiadas e produtos inovadores. O objetivo é aproximar os produtores dos consumidores urbanos e valorizar os produtos regionais.

Uma das atrações da feira eram os queijos premiados da Queijaria Sítio Galo do Rio, de Timbó. Em julho, as variedades Ragazza, Da Nonna e Colonial levaram medalha de ouro no 8º Queijo Brasil, realizado em Blumenau. Os queijos Ragazza e Da Nonna são feitos com leite cru e maturados quatro meses, o que lhes confere um sabor pungente. Na competição, também foram premiados o Minas Frescal (prata) e a Manteiga (Bronze).

Queijaria Sítio Galo do Rio levou três medalhas de ouro no Queijo Brasil 2025 (Fotos: Renata Rosa / Epagri)

Dirlene Ferrari Hahnebach, 58, conta que começou a fabricar queijo em 1995, quando fez um curso na Epagri em Joinville, mas naquela época só fazia um tipo. Em 2019, sua filha Patrícia fez novamente o curso e começou a diversificar a produção. Graças à extensionista da Epagri Katia Zimath de Melo, elas conseguiram regularizar a atividade e ganharam mercado. Hoje, a propriedade tem 30 vacas leiteiras e produz 100kg de queijo por semana. O nome peculiar “Galo do Rio” vem da tradução em português do sobrenome Hahnebach.

Andrei trocou a vida na cidade pela fabricação de cachaça em São Francisco do Sul

Um produtor que tinha grande expectativa para a feira era Andrei Ruaru, 30, de São Francisco do Sul. Pudera! O Dia dos Pais é a melhor data para comercializar as bebidas do alambique Rancho Santa Fé. O empreendimento oferece sete rótulos de cachaça, desde à tradicional branquinha até à envelhecida em barril de carvalho e jequitibá rosa (premium), além de licores e embalagens para presente, como o kit caipirinha.

 Andrei voltou às origens e hoje sua cachaça brilha em competições nacionais

A empresa teve início em 2017, quando surgiu a oportunidade de comprar uma chácara e retornar às origens rurais da família, que até então tocava um restaurante. Ele tentou fazer um aviário e cultivo de tilápia, mas as iniciativas não deram certo. Já a plantação de cana-de-açúcar se mostrou rentável e, em 2020, com a orientação do engenheiro de alimentos da Epagri, Henrique Rett, e do extensionista Cláudio de Sousa, a produção foi regularizada e pôde alcançar voos mais altos. O carro-chefe do alambique, o Bússula de Prata, conquistou três prêmios nacionais, entre eles, BH New Spirits (MG).

Jovens agricultores capacitados pela Epagri garantem sucesso na sucessão familiar

Os negócios da família Klabunde, de Guaramirim, começaram com hortaliças, mas, aos poucos, se encaminharam para a fabricação de doces. Primeiro foi o doce de banana, em 2003, depois veio o melado de cana. Em 2022, quando Vinícius tinha 18 anos, ele fez o curso Jovens Agricultores da Epagri, e na hora de idealizar um plano de negócio pensou em diversificar a produção da família, resgatando receitas ancestrais. 

Vinícius diversificou os negócios da família após passar por capacitação da Epagri

Graças às políticas públicas de incentivo aos empreendedores da agricultura familiar, ele construiu uma unidade de fabricação de bolachas, que no início tinha o objetivo de agregar valor à produção de melado. Três anos depois, a marca oferece nove tipos de bolachas, como a tradicional de Natal e o Mata Fome, um biscoito fininho e crocante, irresistível.

Da bananeira nada se perde, tudo se transforma

Quando Carmen Hreczuck, 60, veio de Mafra para morar em Jaraguá do Sul, em 2016, após uma separação, não imaginava que seu sustento viria do campo, ou melhor, dos bananais. No início, ela tentou empreender no ramo da publicidade, mas após anos trabalhando no vermelho, surgiu a chance de fazer o curso de Moda no IFSC, de graça. Foi lá que ela teve contato, pela primeira vez, com o artesanato com fibra de banana. Nascia ali o embrião da Nanica Chic, uma grife de ecojóias com quase 200 modelos de brincos, colares e pulseiras.

Carmen se reinventou após aprender a fazer jóias com fibra de bananeira

“A extensionista da Epagri foi fazer uma palestra no IFSC e apresentou o artesanato com fibra de bananeira. Fiquei tão fascinada com a possibilidade de fazer jóias ecológicas que pedi pra me levar no sítio da dona Elfi, que me ensinou tudo, até eu começar a desenvolver meus próprios produtos”, relembra. Elfi Mokwa conheceu o artesanato a partir de um curso realizado na Epagri há 16 anos, e se tornou referência no Estado graças a peças elaboradas e criativas, como um presépio feito em tamanho natural, em fibra de bananeira.

Turismo pedagógico revela processo de fabricação do mel para a criançada

O mel estava na vida de Ilse Pabst, 69, desde antes de nascer. Reza a lenda que as primeiras abelhas vieram de navio da Europa pelas mãos do bisavô, em fins do século 19. E para sobreviver à longa viagem, eram alimentadas com açúcar de nabo. Em terras brasilis, a tradição foi passando de geração em geração, passando pelo pai Augusto Pfau, até chegar à marca Dona Apis, que Ilse tem em parceria com a filha Taís e o genro Estevão.

Ilse contra que tem 15 apiários localizados estrategicamente em áreas de preservação da Mata Atlântica e fazendas de reflorestamento de pinus, onde as abelhas polinizam a flora e, em troca, fabricam mel silvestre de sabor delicado, como de flor de laranjeira. No portfólio também têm sachês, mel com própolis, mel em spray e pólen desidratado, que funciona como um complemento alimentar. Evolução que teve uma mãozinha da Epagri.

“Comecei a me aprimorar na arte de produzir mel há 30 anos, na Cidade das Abelhas, que a Epagri tinha em Florianópolis. Hoje estamos na rota Caminhos de Dona Francisca oferecendo, além de nossos produtos, turismo pedagógico para grupos interessados em conhecer o processo de produção”, revela.

Também participaram da 15ª Feira do Sabor Rural o frigorífico Massarandubense, especializado em embutidos de porco e a empresa + Do Campo, de Schroeder, que oferece uma grande gama de produtos coloniais: de biscoitos caseiros à geleias, palmito e molhos de pimenta e mostarda. Completam o plantel de atrações da feira o estande das artesãs Rosiane Pscheidt, Izabella Tureck e Vania da Silva com peças feitas à mão, de forte identidade cultural, como réplicas de casas dos colonizadores germânicos.

Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc

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