Várias instituições de Santa Catarina, entre elas a Epagri, estão reunidas no trabalho de obtenção de Indicação Geográfica (IG) do Alho Roxo do Planalto Catarinense, na modalidade Denominação de Origem (DO). “A IG será materializada com um selo que indicará que o alho roxo do Planalto Catarinense foi produzido segundo processos agronômicos históricos e de qualidade definida. Este selo será também a identificação que o produto faz parte de um grupo seleto com passaporte para o comércio internacional”, explica Hamilton Justino Vieira, pesquisador da Epagri/Ciram e um dos profissionais envolvidos no processo.
A produção de alhos nobres em Santa Catarina começou no final da década de 1970, com o pioneirismo do Sr. Takashi Chonan. A seleção da variedade de alho nobre roxo, que leva o seu nome, foi realizada na localidade do Núcleo Tritícola, então município de Curitibanos, hoje Frei Rogério. O alho roxo candidato à IG foi definido por sete cultivares do grupo Chonan, denominadas: Chonan, Ito, Quiteria, Caçador, Contestado, Jonas e Ito HF.
Os cultivares desenvolvidos se adaptaram bem às condições de clima, solo e topografia da área de cultivo de Santa Catarina. “Os fatores naturais, associados aos métodos de beneficiamento tradicionais, conforme conhecimento dos produtores, induzem à externalização de características específicas, tais como cor púrpura da película de proteção dos bulbilhos, tamanho dos bulbos, aromas e componentes bioquímicos”, justifica Hamilton. Ele acrescenta que estas qualidades dão ao produto reputação e características distintas, que o qualificam para requisição de uma IG na modalidade Denominação de Origem.
Cooperação técnica
O acordo de cooperação técnica entre as instituições de atuam na obtenção da IG prevê a descrição do processo de extração ou produção do produto, pelo qual tenha se tornado conhecido; descrição das qualidades ou características do produto, para comprovação da influência do meio geográfico; fundamentação acerca da delimitação da área geográfica apresentada, de acordo com a espécie da IG requerida, para o instrumento oficial que delimita a área geográfica. Também está prevista a participação em atividades relacionadas à IG do Alho Roxo, como seminários, reuniões, workshops, etc.
Além da Epagri, o trabalho para obtenção da IG do Alho Roxo do Planalto Catarinense envolve Sebrae, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Associação Catarinense dos Produtores de Alho (Acapa), Câmara Setorial do Alho e Cooperativa Regional Agropecuária do Meio Oeste Catarinense (Copar). Também participam as prefeituras de Curitibanos, Frei Rogério, Fraiburgo, Brunópolis, Monte Carlo, Lebon Régis e Caçador.
Cabe a estas instituições consolidar as informações para a IG. Elas serão analisadas pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina (SAR) e encaminhadas ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Na Epagri o trabalho envolve técnicos da Extensão Rural, da Estação Experimental em Caçador e da Epagri/Ciram. A Epagri e Sebrae já estabeleceram parcerias que resultaram na obtenção de Indicações Geográficas do Vales da Uva Goethe, da Banana da Região de Corupá, da Maçã de São Joaquim, dos Vinhos de Altitude e do Mel de Melato da Bracatinga.
Informações para a imprensa
Gisele Dias, jornalista
(48) 3665-5147 / 99989-2992
Veja como o sistema de plantio direto em hortaliças (SPDH) vem sendo utilizado na produção de alho em SC: