Nas suas atividades diárias visitando pomares e lavouras de agricultores familiares, extensionistas da Epagri observaram que pulverizadores agrícolas, usados para aplicação de agrotóxicos, estavam em condições inadequadas para trabalho, com pouca manutenção e não ajustados para a realidade dos cultivos. Outro problema que chamou atenção foi o fato de que alguns agricultores usavam de maneira incorreta ou incompleta os equipamentos de proteção individual (EPIs) no momento das aplicações.
Preocupados com isso, os extensionistas Alberto Färber Junior e Arlindo Rech Filho preparam uma capacitação, que foi aplicada nos últimos dois anos para agricultores dos municípios de Videira, Pinheiro Preto, Tangará, Rio das Antas, Fraiburgo, Caçador, Arroio Trinta e Macieira. A parceria com os extensionistas da Epagri nestes municípios foi fundamental para a concretização das atividades.
A tecnologia de aplicação de agrotóxicos pode ser entendida como o conjunto de técnicas que objetivam impedir que pragas, doenças e plantas daninhas atrapalhem as culturas de interesse. Este processo inicia com a correta identificação do alvo ou problema, passa pela observação das condições climáticas, até chegar à escolha e correta aplicação do defensivo. Para que seja assegurada uma aplicação correta, o agricultor precisa observar diversos fatores, que vão garantir segurança ambiental, alimentar e humana, bem como resultar em resultados econômicos positivos.
A capacitação inicia pelo uso correto dos EPIs. “Os EPIs servem para garantir a saúde e a proteção dos trabalhadores rurais em casos de acidentes de trabalho, portanto são fundamentais e devem ser usados por todos”, esclarece Alberto. No curso, os agricultores conhecem os equipamentos, aprendem a maneira correta de usar as peças e quais os cuidados devem ser observados na hora da higienização dos itens.
Inspeção e regulagem dos pulverizadores
Em relação aos pulverizadores, os extensionistas apresentam seus aspectos gerais, detalhando cada um dos componentes, seu funcionamento, ajustes, regulagens, quais os problemas mais comuns encontrados e como resolvê-los. Arlindo destaca que “essa prática deve ser realizada pelo menos uma vez por ano, de preferência no início da safra, para evitar contratempos e problemas nas culturas’’.
Concluídas as etapas de inspeção e regulagens dos pulverizadores, chega o momento de avaliar no campo as melhorias realizadas. Os extensionistas rurais explicam que toda máquina deve ser regulada em condições reais de uso e obrigatoriamente com água. É importante ainda levar em consideração as distâncias entre plantas e filas, altura dos pomares e lavouras, declividades do terreno. Toda essa ação deve ser realizada em parceria com o operador responsável pelo trabalho.
Para realizar a aferição do pulverizadores, os técnicos instalam papéis hidrossensíveis em pontos críticos nas plantas, que em contato com a água mudam de cor. Na sequência, é realizada a conferência e a comparação com um modelo, servindo assim como um parâmetro indicativo da qualidade da pulverização.
Com os conhecimentos transmitidos nas capacitações, os agricultores se tornam mais conscientes sobre a importância do uso de equipamentos de proteção individual e também capazes de observar em suas máquinas quais melhorias precisam ser feitas e os ajustes necessários para a condição de cada propriedade rural. Assim, é possível reduzir os riscos de acidentes, bem como promover o uso correto e racional de químicos, que resulta na redução de custos de produção e, principalmente, em alimentos mais seguros e sustentáveis.
