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IG do Mel de Melato da Bracatinga entrega selos para empresas credenciadas

  • Apicultura

A Indicação Geográfica (IG) do Mel de Melato da Bracatinga entregou em 2022 pelo menos 51.250 selos às unidades de envase e beneficiamento do produto. O selo garante ao consumidor rastreabilidade do produto, qualidade e autenticidade das características próprias e genuínas, e comprovação de procedência da origem. A IG do Mel de Melato da Bracatinga foi concedida em 20 de junho de 2021, após árduo trabalho da Epagri e instituições parceiras.

Unidades de envase e beneficiamento receberam 51 mil selos (Fotos: Aires Mariga / Epagri)

A certificação foi na categoria Denominação de Origem (DO). Ela é concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e atesta que um produto só tem aquelas características porque é produzido de determinada forma, ou porque tem notoriedade na produção. A Denominação de Origem parte do pressuposto de que as características geográficas (naturais e humanas) dessa região determinam a singularidade e a qualidade do produto.

A IG do Mel de Melato da Bracatinga alcança os três estados do Sul do Brasil. A maior abrangência está em Santa Catarina, com 1.108 apicultores distribuídos por 107 municípios. No Rio Grande do Sul são 26 apicultores em 15 municípios. No Paraná, a área delimitada pela IG alcança 12 municípios que concentram 66 apicultores.

Segundo a Federação das Associação de Apicultores e Meliponicultores de SC (Faasc), até dezembro a IG somou em toda sua área de abrangência seis unidades de envase credenciadas e sete marcas de produtos autorizadas a usar o selo. Até o momento, são 13 apicultores, dos três estados, autorizados a entregar seu produto para as unidades de envase credenciadas pela IG.

A Associação Molimel foi a instituição que mais recebeu selos da IG: 24,5 mil. Em seguida aparece a empresa Breyer, com 14 mil selos. A Extramel recebeu 5mil, a Mel São Braz 4 mil e a empresa Apiários Real 3,75 mil selos.

Mel com diferencial

O mel de melato da bracatinga é fabricado pelas abelhas a partir do líquido açucarado que um inseto chamado cochonilha produz ao se alimentar da seiva da bracatinga, uma espécie arbórea nativa do Brasil, com distribuição predominante na região Sul. Esse fenômeno ocorre apenas em áreas com altitudes superiores a 700 metros no Planalto Sul Brasileiro.

A cada dois anos, nos anos pares, os bracatingais são infestados por cochonilhas, que se fixam no tronco das árvores e se alimentam da seiva, excretando um líquido adocicado, o melato. Este mesmo líquido, que fica depositado nas partes externas da planta, é utilizado como matéria-prima pelas abelhas da espécie Apis mellifera e, a partir dessa associação, é elaborado o mel de melato de bracatinga.

Estudos com mel de melato da bracatinga da região demarcada demonstraram que ele possui características diferenciadas em relação aos méis florais e de melato de outras origens. Além da presença das enzimas das abelhas produtoras, contém enzimas derivadas das secreções das glândulas salivares e do intestino das cochonilhas, que promovem a coloração mais escura (âmbar), maiores teores de nitrogênio e minerais, entre outras características.

Mas seu grande diferencial são os efeitos benéficos à saúde devido à presença de compostos bioativos e potencial antioxidante. Destaque para a maior concentração dos aminoácidos livres serina, prolina, asparagina, ácido aspártico e ácido glutâmico.

O mel de melato apresenta ainda menores quantidades de frutose e glicose e não cristaliza como o mel floral. Em Santa Catarina, 95% da produção desse mel é exportada.

Saiba mais sobre o mel de melato da bracatinga na reportagem da TV da Epagri:

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