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Estudo mostra impacto do manejo das pastagens na pecuária de corte

  • Pecuária

Uma pesquisa conduzida na Estação Experimental da Epagri em Lages (EEL) mostra que o manejo correto das pastagens, aliado ao planejamento nutricional do rebanho bovino, resulta em ganhos de peso constantes, carcaças padronizadas e carne de qualidade. O experimento, conduzido entre 2015 e 2018 sob coordenação da pesquisadora Vanessa Ruiz Fávaro, avaliou o desenvolvimento de machos desde o nascimento até o abate.

Os animais foram provenientes do cruzamento de touro da raça Flamenga com matrizes do rebanho da EEL. “A raça Flamenga é caracterizada pela dupla aptidão e, quando utilizada no cruzamento com animais de corte, produz animais mais pesados para o abate, acima de 500kg”, diz Vanessa.

O objetivo foi avaliar as características da carcaça de 16 bovinos ½ sangue da raça Flamenga, castrados, abatidos aos 26 meses de idade. Foi elaborado um planejamento forrageiro para garantir que os animais tivessem ganho de peso constante durante todo o ciclo produtivo. As bases forrageiras foram: azevém-anual cultivar Winter Star de julho a dezembro, Panicum maximum cultivar Aires de janeiro a abril e campo naturalizado de abril a junho. “A altura do dossel forrageiro e a carga animal foram monitoradas constantemente para garantir a manutenção da altura recomendada para pastejo de cada espécie forrageira”, destaca a pesquisadora.

Ganho de peso de bovinos do nascimento ao abate. Setas indicam o período de vazio forrageiro no outono

Peso crescente

O peso dos animais nas fases de cria, recria e engorda formou uma linha ascendente. No período de vazio forrageiro, que é a época de maior restrição nutricional, o peso se manteve. “Um dos principais entraves para a pecuária de corte no Planalto Sul Catarinense é o vazio forrageiro de outono e inverno, quando os animais, na maioria das vezes, perdem condição corporal, retardando a idade de abate”, explica Vanessa.

Ao atingirem média de 580kg, os animais foram abatidos e a avaliação das carcaças apontou 53,5% de rendimento e 4,4mm de espessura de gordura de cobertura. Os valores estão de acordo com as exigências da indústria frigorífica, que adota como padrão desejável espessura de 3 a 6 milímetros de gordura e rendimento acima de 50%. Nesse estudo, o peso médio da carcaça quente foi de 309,9kg.

A pesquisa aponta um caminho para melhorar o desempenho da pecuária de corte na região. “Os resultados mostraram que, mesmo utilizando cruzamento sem características de precocidade, foi possível abater animais jovens, com acabamento uniforme e alimentação exclusiva em pastagem”, conclui a pesquisadora. Ela reforça que ainda são necessárias pesquisas para melhorar o desempenho animal durante o vazio forrageiro e encurtar o ciclo produtivo na pecuária de corte.

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