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Epagri lança seu primeiro arroz especial para risoto

  • Grãos
Produtividade média do SCS123 Pérola é de 10 toneladas por hectare

A Estação Experimental da Epagri de Itajaí (EEI) lançou seu primeiro cultivar de arroz especial para risotos: o SCS123 Pérola. Resultado de um trabalho iniciado em 2007, ele é ideal para a preparação de risotos por suas características peculiares, como o formato e a textura, que o tornam mais capaz de absorver sabores adicionados no preparo culinário.

O novo cultivar da Epagri é também mais produtivo que outros semelhantes. Ester Wickert, pesquisadora da EEI e uma das responsáveis pelo trabalho, conta que arrozes para risoto costumam produzir 4 toneladas por hectare. “Normalmente, os grãos especiais têm menor produtividade”, explica. Já o Pérola apresentou produtividade média de 10 toneladas por hectare nos experimentos realizados em diversas regiões produtoras de Santa Catarina.

Tamanha produtividade se deve, entre outros fatores, à arquitetura da planta, que é mais baixa, à maturação uniforme e ao bom perfilhamento. As plantas de arquitetura convencional, mais altas e com panículas mais abertas, estão mais sujeitas à queda e ao ataque de pássaros, por exemplo. Além disso, a arquitetura do cultivar SCS123 Pérola permite a automatização da colheita.

Outra vantagem para o produtor é o grande valor agregado do produto, que pode ser uma alternativa para driblar a queda de preços do cereal. Enquanto o consumidor compra 1kg de arroz branco comum pelo valor médio de R$ 2,50, a mesma quantidade do especial pode chegar a R$ 12,00. O produtor já estabelecido de arroz comum que queira plantar o SCS123 Pérola não vai precisar fazer nenhuma adaptação no seu modo de produção, já que o manejo dalavoura é idêntico. Ele só vai precisar encontrar mercado para escoar seu produto diferenciado.

Ainda neste ano, a Epagri realiza chamada pública para definir a empresa que vai multiplicar a semente do arroz SCS123 Pérola, para que o agricultor possa plantar o novo cultivar. A expectativa da pesquisadora Ester é de que na safra de 2019 ele já esteja sendo cultivado para chegar à mesa dos catarinenses a partir de 2020.

Formato e textura do grão ajudam a absorver sabores do preparo culinário

30 cultivares

Ao longo de sua história, a Epagri já desenvolveu 30 cultivares de arroz, 23 deles lançados especificamente para as condições de Santa Catarina. Destes, 12 seguem com recomendação de cultivo, já que os mais antigos acabam se tornando obsoletos com o desenvolvimento de novas pesquisas.

Em Santa Catarina, 80% das lavouras de arroz utilizam cultivares da Epagri. Eles também estão em outros estados – como Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Alagoas, Goiás e Tocantins – e até em outros países, entre eles Argentina, Bolívia e Paraguai.

A Epagri faz pesquisas para desenvolver cultivares especiais de arroz desde 1995. Além do Pérola, já foram lançados nessa linha o SCS119 Rubi (vermelho) e o SCS120 Ônix (preto). O próximo desafio, em que os pesquisadores da EEI já trabalham, é lançar um arroz especial aromatizado, muito utilizado na culinária tailandesa.

Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz no País. O Sul do Estado é a principal região produtora (61,9%), seguido pelo Médio/Baixo Vale do Itajaí, Norte Catarinense, Alto Vale do Itajaí e Litoral Centro. Atualmente, mais de 30 mil pessoas dependem economicamente dessa atividade no Estado.

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