O solo e a água são os maiores patrimônios das famílias agricultoras. Baseado nesta premissa, o escritório da Epagri em Guaraciaba vem realizando há algum tempo ações de difusão e incentivo às famílias do município a adotarem práticas conservacionistas destes dois recursos naturais.
A ação mais recente aconteceu no dia 17 de agosto e reuniu um público superior a 60 pessoas na propriedade da família Gregory, que é uma unidade de referência tecnológica (URT) da Epagri em de produção de grãos. URTs são propriedades agrícolas escolhidas pela Epagri para implantação de tecnologias, que depois servirão de modelo para as famílias da região.
Os visitantes puderam observar o que a família vem realizando para tornar a propriedade uma referência em boas práticas de produção, objetivando a sustentabilidade das atividades que desenvolve. Além dos grãos, os Gregory aplicam esses princípios na produção de alimentos para a família, como na horta e no pomar.
Eventos de sensibilização como esse são realizados anualmente no município, explica o extensionista rural da Epagri Elias Roque Kovalski. “O objetivo é despertar as famílias para a importância de adoção de um modelo de produção convergente à agricultura regenerativa, buscando a melhoria das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo, que favoreça o armazenamento de água, o acúmulo de matéria orgânica, a porosidade e a descompactação pelas raízes das plantas”, esclarece Elias.
Políticas públicas
Dentre as práticas orientadas nos eventos estão a amostragem de solo, o terraceamento, o cultivo em nível, a rotação de culturas e, especialmente, o uso de plantas de cobertura. Os agricultores também recebem informações sobre as políticas públicas estaduais que apoiam a adoção de tais práticas, como os programas Kit Solo Saudável, para aquisição de sementes, e o Prosolo e Água, para aquisição de rolo faca para manejo das plantas de cobertura.
O extensionista relata que, antigamente, o solo ia perdendo a fertilidade e a capacidade de produção depois de um período de uso intensivo. Os agricultores então deixavam a área em pousio, para que pudesse se recuperar, e em um período de quatro a cinco anos ela voltava a ser cultivada com obtenção de boa produtividade. “Neste sentido, a adoção de boas práticas de produção, com a introdução de plantas de cobertura em forma de consórcios ou mix, fazem o papel comparável ao antigo pousio”, descreve o extensionista.
Assista reportagem da TV da Epagri para saber mais sobre o Kit Solo Saudável, uma política pública do governo do Estado que incentiva a sustentabilidade na agricultura familiar: