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Epagri amplia em quase 30% sua rede de monitoramento ambiental

Estações maregráficas, como a instalada em Laguna, fazem parte da rede da Epagri

A rede de monitoramento ambiental da Epagri vem se firmando como um das mais adensadas e importantes do País e da América do Sul. Só entre os anos de 2016 e 2017 foram instaladas 37 novas estações meteorológicas, agrometeorológicas e hidrológicas em Santa Catarina, num crescimento de 28,2%. A ampliação foi financiada por recursos do Programa SC Rural, repassados à Epagri via Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS).

Todos os novos equipamentos são automáticos e telemétricos, ou seja, medem automaticamente as variáveis ambientais e as enviam imediatamente, via sinal de celular, ao banco de dados da Epagri, em Florianópolis. As medições incluem temperatura, chuva, vento, radiação solar, níveis de rio ou de mar, molhamento foliar e outras condições ambientais do local. Os dados são medidos a cada hora, ou, em casos específicos, a cada 15 minutos. Antes de entrar no banco da Epagri eles passam por uma qualificação, por isso há um pequeno intervalo de tempo entre o envio e a disponibilização.

Em agosto de 2017 a rede de monitoramento ambiental da Epagri somava 168 estações. Mas a rede gerenciada pela Epagri é maior que isso. Naquela data eram 292 equipamentos em funcionamento, número que reúne, além das estações de propriedade da Epagri, outras operadas por diversas instituições, como Agência Nacional de Águas (ANA), Celesc, Casan e Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre outras.

Esse conjunto de quase 300 estações abastece o banco de dados agro-hidrometeorológicos da Epagri, que até a metade de 2017 contava com nada menos que 233 milhões de dados armazenados. A cada dia, 96 mil novos dados medidos e qualificados entram no banco, formando um patrimônio de valor incalculável para catarinenses e brasileiros.

Além de apoiar o trabalho de previsão do tempo, os dados são muito usados em pesquisas desenvolvidas pela Epagri e por outras instituições. Pesquisas climáticas, por exemplo, requerem um período mínimo de 30 anos de dados coletados, o que explica parte da importância desse trabalho desenvolvido pela Epagri.

Os dados também são disponibilizados quase em tempo real para consulta da população pelo site da Epagri/Ciram ou pelo sistema Agroconnect, direcionado especialmente aos agricultores catarinenses, fornecendo informações que auxiliam o manejo das culturas.

Manutenção

Mas tamanho crescimento da rede de estações nos últimos dois anos veio acompanhado de um detalhado trabalho de planejamento. Íria Sartor Araújo, pesquisadora da Epagri na área de monitoramento ambiental e uma das coordenadoras da rede, explica que foi preciso investir principalmente na capacidade de manutenção para garantir que os equipamentos continuassem funcionando em perfeito estado após a instalação.

Para tanto a Epagri treinou sete profissionais de seus quadros, que se dividem em quatro equipes que percorrem periodicamente o Estado fazendo a manutenção preventiva dos equipamentos. Assim é possível evitar ou minimizar a interrupção no envio dos dados ou, ainda, o envio de dados incorretos, causados pela falta de calibragem dos sensores ou outros problemas. Esses profissionais também realizam a manutenção corretiva quando necessário, já que é possível identificar remotamente qualquer falha na operação da rede.

Para viabilizar o trabalho de manutenção, a Epagri realiza, a cada 12 meses, uma nova licitação para compra de peças de reposição. Iria revela que a placa de molhamento foliar e os sensores de temperatura e umidade são os que costumam dar mais defeito.

A Epagri também conta em seu estoque com cinco estações agrometeorológicas completas, prontas para atender demandas urgentes encaminhadas por entidades ligadas à agropecuária catarinense, como sindicatos rurais, cooperativas ou instituições de pesquisa.

Mais em 2018

A ampliação da rede de monitoramento ambiental da Epagri deve seguir nos próximos anos. Já está prevista para 2018 a instalação de pelo menos 10 novas estações, com recursos do PAC Embrapa. Esses equipamentos, que já foram adquiridos, fazem parte de um projeto coordenado por Íria Sartor Araújo e serão instalados em terrenos de propriedade da Epagri. A pesquisadora garante que cada região do Estado receberá pelo menos uma estação nessa nova etapa de ampliação. Com recursos da SDS, a Epagri vai instalar, ainda ao longo de 2018, seis estações voltadas para pesquisa em apicultura e distribuídas nas diferentes regiões catarinenses.

Íria explica que os critérios para definição dos locais são extremamente técnicos. Normalmente atendem demandas agropecuárias, como o fornecimento de informações para algum cultivo que tenha importância na economia local. Há também as limitações físicas, já que uma estação não pode ser instalada em áreas próximas a prédios, pois precisa estar em um local com sinal de celular e outras condições. Existem também as estações de pesquisa, que são instaladas atendendo pedidos de pesquisadores e cujos dados não se somam ao conjunto, pois algumas vezes o local não tem as condições exigidas normalmente, o que influencia nos valores medidos.

Novas estações instaladas em 2016 e 2017

Tipos de estaçãoQuantidade
Meteorológica, que mede vento e radiação2
Hidrológicas, que mede chuva e nível de rio5
Agrometeorológica, que mede chuva, temperatura, umidade relativa do ar e molhamento foliar15
Maregráfica, que mede nível do mar e, em alguns casos, chuva3
Estação de pesquisa, para monitoramento da apicultura, cujos dados são usados somente internamente3
Estações que foram modernizadas para substituir equipamentos convencionais, aqueles que não têm capacidade de enviar dados automaticamente9

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