A família do agricultor Gilmar Sevald, de São José do Cedro, está em festa com a perspectiva de colheita da soja. “Foi um ano muito espetacular para a soja, vai ser o ano da história para nós”, comemora o produtor rural.
Nesta safra, os Sevald já colheram áreas que chegaram a 105 sacas por hectare, outras com 98. “Tem uma área que pode chegar a 110”, calcula Gilmar, que, com base nestes resultados, espera colher uma média superior a 90 sacas por hectare. Ele relata que produz soja desde 2011 e nunca obteve resultados tão expressivos.
Gilmar atribui o sucesso às condições climáticas favoráveis, aliadas ao cuidado com a lavoura. “Não tivemos nem uma sequinha no meio, foi um ano muito bom, tinha calor mas não era tanto, já chovia no outro dia e não era aquela chuva muito pesada”, descreve. Mas o clima não resolve tudo, o cuidado da família também influenciou. Ele conta que as áreas foram “bem conduzidas, limpas, todo o tratamento feito, adubação boa”.
A alegria da família Sevald condiz com a estimativa da Epagri/Cepa, que indica que a produção catarinense de soja deve chegar próxima a três milhões de toneladas em 2023, a maior desde 2012, quando a cultura começou a ganhar relevância no Estado e as safras passaram a ser registradas pelo Centro.
Silos com capacidade esgotada
Haroldo Tavares Elias, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, revela que o prognóstico inicial da safra de soja 2022/23 em Santa Catarina era de 2,61 milhões de toneladas. Um incremento registrado na área de cultivo e as boas condições climáticas elevaram essa perspectiva para 2,74 milhões de toneladas. Somando a primeira e a segunda safra, que foi recém cultivada, a produção catarinense deve chegar próxima a três milhões de toneladas.
Haroldo reforça que existem outros agricultores catarinenses colhendo acima de 100 sacas de soja por hectare, o que resulta em 6 toneladas do grão, enquanto que a média histórica de Santa Catarina é de 3,6 toneladas por hectare. Com as boas estimativas, ele calcula que seja possível que o Estado encerre a atual colheita de soja com uma média de 3,8 toneladas por hectare, bem superior a de anos anteriores.
Segundo o analista, muitos silos de armazenamento do grão no Estado já estão com a capacidade esgotada ou por esgotar, o que prova a boa colheita que vem sendo feita. “Esse montante de produção abastece a demanda interna do estado e também deve elevar o volume exportado em 2023”, completa.
Dever cumprido e gratidão
Heinbert Sand pretende obter uma produtividade de 95 sacas em cada um dos 300 hectares de soja que cultiva em Campo Erê, acima do que colheu nas duas últimas safras, impactadas por estiagens. Ele alia o bom resultado ao emprego de alta tecnologia: “plantio direto, solo de fertilidade equilibrada, adubação adequada e tratos culturais dentro das exigências de cada cultivar”, enumera. “Além de usar variedades de soja de alto potencial produtivo, também faço o plantio escalonado” descreve o produtor rural.
Evandro Luiz Guerra também está satisfeito com suas lavouras de soja. “O resultado da safra 2022/23 vai ser excelente”, afirma ele, que estima colher 70 mil sacos nos 1.100 hectares que cultiva em Abelardo Luz.
Olivo Miguel Galletti calcula que vai colher 75 sacas de soja por hectares na safra 2022/23, e está comemorando. “O resultado foi muito bom, pois veio a chuva na hora certa” relata, completando que fica com o sentimento “de dever cumprido e gratidão por ter uma boa colheita”. Ele tem 15 hectares de soja em São Domingo, onde cultiva a oleaginosa há 15 anos.
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