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Arroz resiliente às mudanças climáticas desenvolvido pela Epagri ganha Prêmio de Inovação Catarinense

A Epagri venceu a edição 2025 do Prêmio de Inovação Catarinense Professor Caspar Erich Stemmer, na categoria Produto, com o arroz SCSBRS126 Dueto. A variedade foi desenvolvida em parceria com a Embrapa e o Centro de Ciências Agroveterinárias da Udesc, e tem como diferencial a alta resiliência a extremos de temperatura na fase reprodutiva. 

Prêmio concedido pela Fapesc reconhece pessoas, empresas e instituições que transformam pesquisas em resultados concretos para a sociedade (Foto: Aires Mariga/Epagri)

O prêmio foi anunciado em evento realizado nesta segunda-feira, 15, pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc), organizadora da premiação. Além de placa e certificado, os vencedores terão acesso a um edital de fomento exclusivo, com recursos de até R$100 mil por projeto, para fortalecer as iniciativas premiadas. 

“Este prêmio significa muito para nós na pesquisa agropecuária, pois enaltece o esforço e a capacidade do nosso corpo de pesquisa na permanente busca de soluções sustentáveis para a agricultura, mas também para outros setores econômicos do Estado”, ressalta o Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Epagri, Reney Dorow.

O case do SCSBRS126 Dueto foi inscrito no Prêmio de Inovação Catarinense pelo pesquisador Rubens Marschalek. Ele atua na área de Melhoramento Genético de Arroz Irrigado da Epagri e integra a equipe “Projeto Arroz”, grupo formado por pesquisadores e extensionistas rurais, responsável pelo desenvolvimento e pelas recomendações de manejo e cultivo. O desenvolvimento da 126 Dueto exigiu 15 anos de trabalhos multidisciplinares e interinstitucionais, envolvendo muitos parceiros e apoiadores, entre eles a própria Fapesc, o CNPq, a Capes e a Finep, entre outros.

“A 126 Dueto tem comprovada e validada tolerância aos extremos de temperatura na fase reprodutiva, gerando menores índices de esterilidade e maior produtividade quando comparada a outras variedades comerciais. São qualidades que garantem segurança alimentar diante dos extremos de temperatura decorrentes das mudanças climáticas”, explica Rubens.

Resiliência e produtividade

Lançada há apenas dois anos, a 126 Dueto alcançou, na atual safra, mais da metade da área plantada de arroz irrigado em Santa Catarina. A primeira disponibilização de sementes comerciais da variedade foi feita para a safra 23/24. Na ocasião, a 126 Dueto representou 2,87% da área cultivada. Com o trabalho conjunto de divulgação dos pesquisadores e extensionistas da Epagri, em parceria com a Acapsa (Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz), e com as indústrias e cooperativas do Sindarroz SC (Sindicato das Indústrias de Arroz de Santa Catarina), na safra 24/25 o percentual chegou a 25%. As ações de divulgação envolveram diversos encontros e dias de campo para demonstrar as vantagens da nova variedade.

Integrantes da equipe Projeto Arroz: Thiago Guesser, extensionista de Rio do Campo, Rubens Marschalek, pesquisador da Estação Experimental de Itajaí, Antônio Carlos Contezini, agricultor, e Ricieri Verdi, extensionista em Pouso Redondo (Foto: Divulgação/Epagri)

O reconhecimento da Fapesc à 126 Dueto não é o primeiro da variedade. Em outubro, ela foi finalista mundial do “Prêmio da Aliança Global de Bioeconomia para Impacto e Liderança em Bioeconomia 2025”, promovido pela Novo Nordisk Foundation, empresa sediada na Dinamarca. A premiação destacou a contribuição da tecnologia para a segurança alimentar. 

Prêmio Inovação Catarinense

Criado pela Lei Catarinense de Inovação nº 14.328/2008, o Prêmio Inovação Catarinense leva o nome do professor Caspar Erich Stemmer (1930-2012), uma figura notável na inovação e desenvolvimento educacional e tecnológico no Brasil. Nascido em Novo Hamburgo (RS), formou-se engenheiro pela Universidade do Rio Grande do Sul e fez especialização na Alemanha.

Em Santa Catarina, o professor Caspar Erich Stemmer foi fundamental na criação e aprimoramento do curso de Engenharia Mecânica da UFSC, introduzindo inovações pioneiras na educação. Mais tarde, foi reitor da UFSC (1976-1980), expandindo significativamente a universidade. Nacionalmente, atuou em programas estratégicos do Governo Federal e recebeu a Ordem Nacional do Mérito Científico. Deixou um legado significativo na educação e na ciência brasileira.

Por: Cléia Schmitz, jornalista bolsista Epagri/Fapesc

Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de Comunicação da Epagri
(48) 3665-5407 / 99161-6596

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