No dia 3 de abril foram apresentados na sede da Cidasc, em Blumenau, os resultados para a elaboração do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) do tradicional queijinho branco do Médio Vale do Itajaí. O queijinho branco é utilizado como ingrediente principal em receitas ancestrais da colonização alemã, como o kochkäse e a torta de queijinho.

As produtoras de queijinho branco tradicionais na região de Blumenau receberam orientações das extensionistas da Epagri sobre manejo correto e boas práticas na fabricação do tradicional laticínio, como a utilização de água potável na sala de ordenha e na agroindústria. Também foram analisadas amostras de água, leite e do produto final, cujos resultados estão em conformidade com as normas técnicas do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Na proposta de regulamento entregue à Cidasc foi permitida a fabricação de queijinho branco com leite cru, desde que garantidas as exigências para qualidade do leite e saúde do rebanho. Ainda ficou proposto que a coagulação do leite se desse de forma natural, sendo permitida a utilização do soro da produção do dia anterior, mesmo para a produção com leite pasteurizado. Os estudos indicam que o uso de coalho industrial pode alterar as características organolépticas do queijinho branco, ou seja, sua textura, aroma e sabor.
Microorganismos conferem identidade
Os resultados de laboratório indicam a presença de múltiplos microorganismos que conferem a identidade deste queijo e também a abundância de probióticos, fundamentais para o bom funcionamento do sistema digestivo. “O regulamento vai garantir que o produto seja comercializado com as suas peculiaridades de alimento fresco, desnatado, sem conservantes e de baixo teor de gordura, podendo ser utilizado numa grande gama de receitas graças ao seu sabor neutro”, afirmou Fabiana Moratelli, extensionista rural e líder do projeto Gestão de Negócios e Mercados.
O projeto foi realizado com produtores da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí. O projeto de pesquisa foi elaborado pela Furb em parceria com a Epagri e a Cidasc, com recursos da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina, via edital da Fapesc. O RTIQ é um documento norteador para a fabricação de um alimento de origem animal e é regulado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Estiveram na reunião técnicos da Epagri e Cidasc, gestores municipais, fiscais de inspeção animal e responsáveis técnicos de queijarias e produtores da agricultura familiar. Agora, a expectativa é pela publicação da portaria RTIQ pela Secretaria de Agricultura.
Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc
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