O melhoramento genético apícola, com a seleção, produção e introdução de abelhas rainhas, torna a apicultura mais sustentável e permite elevar a produtividade de mel em até 200%. Foi pensando nisso que a Epagri promoveu, em parceria com o Núcleo de Apicultores de Curitibanos, o curso sobre métodos de multiplicação de colônias e melhoramento genético em pequenas propriedades.

O curso aconteceu em duas etapas, nos dias 18 e 28 de março, na propriedade do agricultor Waldir Moraes, no assentamento Neri Fabris. As aulas foram ministradas por Tânia Patrícia Schafaschek, pesquisadora da Epagri da Estação Experimental de Videira e autora do Boletim Técnico “Seleção e produção de rainhas de abelhas Apis mellifera”, disponível para livre download aqui.
A primeira etapa do curso foi composta por aulas teóricas e práticas sobre seleção de abelhas rainhas. O método utilizado foi de nucleação, feita de duas maneiras: pelo método tradicional e pelo método da puxada natural.
Na segunda etapa do curso a pesquisadora mostrou os resultados dos métodos utilizados, suas vantagens e desvantagens. Neste dia também foi feita a prática de introdução de novas rainhas nas colmeias. Ainda nessa etapa, o extensionista da Epagri de Lebon Régis, Maurício Prates dos Santos, responsável pelo programa de apicultura na região, falou sobre as políticas públicas voltadas à atividade, como Programa kit apicultura, Abelhas Rainhas e Poliniza SC.

Aumento de produtividade e resistência à doenças
“O objetivo do melhoramento genético de abelhas é o aumento da produtividade das colmeias, tanto para produção de mel, quanto para derivados, como pólen, própolis, geleia real, etc”, explica Juliana Golin Krammes, extensionista da Epagri em Curitibanos e organizadora do curso. Ela lembra ainda que a técnica oferece maior resistência a doenças e comportamento mais adequado para a produção apícola e polinização.
Segundo Juliana, a apicultura é uma atividade que proporciona aumento da renda na agricultura familiar, com introdução de mais uma atividade econômica na propriedade rural. “Ela pode ser explorada em áreas onde a agricultura tradicional não alcança, além de ser ambientalmente sustentável, já que não é degradante ao meio ambiente”, completa a extensionista.
Juliana relata que Curitibanos possui 1749 caixas de abelhas cadastradas na Cidasc, com uma produção média de 20 quilos de mel por caixa, que movimenta mais de R$700 mil por ano. Ela destaca ainda que durante o ano serão realizadas no município outras capacitações relacionadas à atividade, como excursões para o Encontro Regional de Apicultores e Meliponicultores, em Videira, e para cursos de meliponicultura e sobre produção de cera em Caçador.