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Epagri capacita alunos e professores de instituições de ensino superior em terraceamento

A Epagri capacitou mais de 50 alunos e professores, de sete instituições de ensino superior, no tema chuvas intensas e planejamento e dimensionamento de terraços. A capacitação aconteceu nas cidades de Chapecó e Caxambu do Sul no dia 20 de maio. 

Foram capacitadas mais de 50 pessoas, de sete instituições de ensino (Fotos: Divulgação / Epagri)

A capacitação teve início em Chapecó, quando Alvaro Jose Back, pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Urussanga (EEUR), apresentou dois softwares desenvolvidos por ele: HidroChuSC 2.0 e HidroTerraço1.0. No período da tarde a turma foi até Caxambu do Sul, conhecer uma Unidade de Referência Técnica (URT) em terraceamento, instalada na propriedade da família Golin. URTs são propriedades rurais familiares selecionadas pela Epagri para implantação de tecnologias, que depois serão utilizadas como modelos no treinamento de outras famílias.

A capacitação em Caxambu do Sul foi ministrada por Juliano Gonçalves Garcez, extensionista rural da Epagri no município. Ele falou sobre análise da paisagem buscando identificar pontos de erosão, avaliação da taxa de infiltração de água no solo, análise participativa da compactação e adensamento do solo, demonstração do procedimento para a demarcação de terraços.

Juliano destaca que a implantação da URT da família Golin foi um marco no resgate do terraceamento na região. A unidade teve início em 2019, com o I Seminário Microrregional de Desenvolvimento Rural Sustentável. O projeto foi orientado pelo engenheiro-agrônomo da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, empregando a metodologia Terraço for Windows, desenvolvida em 1996 e validada pela Embrapa e parceiros. 

Segundo o extensionista, até hoje mais de 2 mil hectares de lavouras e pastagens do Estado foram recuperados por terraceamento no Estado. Ele lembra ainda que, a partir da integração de ações de pesquisa e extensão, a Epagri tem implantado URTs sobre o tema em todo o território catarinense, em parceria com Secretarias Municipais de Agricultura, cooperativas e outras entidades, contando, em algumas delas, com a consultoria técnica da Embrapa Trigo.

Chuvas intensas

Na região Oeste, especificamente, a ocorrência de chuvas intensas tem levado muitos agricultores a adotarem as práticas de terraceamento, dimensionadas para cada caso. Juliano explica que há uma pequena janela para instalação de terraços, entre o final das segundas safras das culturas de verão e o início do plantio das culturas de inverno. “No entanto, entre o intervalo de maio a julho, são observadas as maiores intensidades de chuvas no Oeste de Santa Catarina”, observa. “O agravante é que a umidade do solo, geralmente mais elevada no inverno, dificulta as operações com máquinas para a realização de práticas mecânicas de conservação do solo e da água”, pontua o extensionista. 

Para dar suporte ao planejamento de estruturas de conservação do solo a da água, Back caracterizou as bacias hidrográficas do Estado e a distribuição das chuvas intensas para cada região catarinense. Essas informações compõem um grande banco de dados que integram as rotinas de cálculos dos dois softwares desenvolvidos por ele. 

As ações de conservação do solo e da água ganharam maior expressão em Santa Catarina a partir da década de 1980, quando grupos governamentais produziram e implantaram planejamentos ambientais regionais, destacando o Estado como um dos casos de sucesso nacional. Os primeiros trabalhos expressivos em conservação de solo iniciaram após as enchentes que atingiram Santa Catarina em 1983 e 1984. 

Atualmente, mais de 2 mil hectares usam terraceamento em SC

Entre 1987 e 1991, a Associação de Crédito e Extensão Rural de Santa Catarina (Acaresc), uma das empresas que deu origem à Epagri,  direcionou seus trabalhos de extensão rural para o manejo integrado de solos e águas em bacias hidrográficas. Em 1991, teve início o Programa de Recuperação Ambiental e de Apoio ao Pequeno Produtor Rural, conhecido como Microbacias 1, que se estendeu até 1999 fomentando ações de conservação. Durante o Microbacias 1, as terras da família Golin já serviam como projeto-piloto para o Estado.  

A capacitação oferecida pela Epagri em maio incluiu alunos e professores do campus de Concórdia do Instituto Federal Catarinense (IFC), campus de São Miguel do Oeste do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), Unidade Central de Educação Faem Faculdade (UCEFF), Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), campus de Xanxerê da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Entenda o terraceamento:

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