A Epagri está organizando informações das diversas experiências em produção de alimentos em Sistemas Agroflorestais (SAF) no Extremo Oeste Catarinense para produzir materiais técnicos com orientações para os interessados na produção de alimentos integrada à preservação ambiental. SAF é um modelo de produção em que o produtor planta e cultiva árvores e produtos agrícolas em uma mesma área, garantindo a melhora de aspectos ambientais e a produção de alimentos e madeira.
Segundo o extensionista rural Clístenes Antônio Guadagnin, líder do projeto Solo, Água e Ambiente naquela região, os modelos de SAF existentes lá constituem experiências com objetivos e características diversas que integram a produção de alimentos saudáveis, a preservação do meio ambiente, a geração de renda integrada com a produção agroecológica, o turismo rural e a bioconstrução, entre outras finalidades.
No dia 25 de outubro Clístenes acompanhou os pesquisadores Fábio Martinho Zambonim (Epagri/Ciram) e Tássio Dresch Rech (Estação Experimental da Epagri em Lages) em visita a propriedades com experiências de sistemas agroflorestais nos municípios de Santa Helena, Itapiranga e Guaraciaba.
Agroecologia, turismo rural e bioconstrução
No município de Santa Helena, acompanhado do extensionista local Marciano Fros, o grupo visitou a propriedade da família de Dorvalino e Marilene Comim. O modelo de SAF implantado lá é integrado à agroecologia, com uma grande diversidade de produção de frutas, hortaliças, grãos, galinhas caipiras e mel, característicos da agricultura familiar.
Em Itapiranga o grupo conheceu a experiência do Sítio Vivenda Verde, assessorado pela Epagri local na produção de plantas bioativas e alimentícias não convencionais (Pancs), com foco principal no turismo rural integrado à educação ambiental e holística, abrangendo SAF com espécies tropicais como café, mamão e banana, além de frutíferas nativas.
Em Guaraciaba conheceu-se a experiência com bioconstrução integrada ao turismo rural e SAF na propriedade de Ricardo Scalco, onde a preocupação ecológica está presente desde a concepção até a ocupação. “O conceito de bioconstrução engloba diversas técnicas da arquitetura vernacular mundial, algumas delas com centenas de anos de história e experiência, e tem como característica a preferência por materiais do local como a terra, diminuindo gastos com fabricação e transporte e construindo habitações com custo reduzido e que oferecem excelente conforto térmico”, explica Clístenes.
O extensionista salienta que em geral nos SAF os recursos e o retorno da produção são permanentes e em diversos estratos. “Esses sistemas otimizam o uso da terra, conciliando a preservação com a produção de alimentos, conservando o solo e o uso ambiental na produção agrícola”, diz ele.
