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Santa Catarina inicia ações preventivas contra besouro que pode destruir colmeias

  • Apicultura
Produtores não devem trazer abelhas-rainhas nem colônias de fora do Estado

O pequeno besouro das colmeias é um animal de dimensões reduzidas, como o próprio nome popular sugere. Porém, é capaz de causar grandes estragos nas colmeias que infesta. É para evitar esse risco que a Epagri está se unindo a outras instituições para coibir a entrada no inseto no território catarinense.

No ano passado, o estado de São Paulo registrou o primeiro foco do inseto, cuja existência foi confirmada oficialmente em fevereiro de 2016. O pequeno besouro das colmeias, cujo nome científico é Aethina tumida e é natural da África do Sul, pode, em certas condições, destruir os favos de mel, o pólen e as crias, além de provocar a fermentação do mel já estocado. As infestações podem se tornar agressivas e incontroláveis, levando à destruição das colmeias e ao desaparecimento das abelhas, especialmente nas colmeias mais fracas.

Orientação aos apicultores

Levando em consideração o risco que o inseto representa, a Epagri, a Cidasc, o Ministério da Agricultura, a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e instituições da área apícola iniciaram um trabalho de mobilização e conscientização junto aos produtores. A recomendação inicial é que não se tragam de outros estados ou países abelhas rainhas e colônias de abelhas, mesmo as nativas. “Estudos preliminares mostram que existe possibilidade de o besouro infestar também essas espécies de abelhas”, esclarece Mara Rubia Romeu Pinto, médica-veterinária da Epagri.

Ela informa que a Cidasc já está estabelecendo o protocolo de controle da praga, mas que é muito importante que o produtor não tente manipular a colmeia com suspeita de infecção, já que manuseio incorreto pode disseminar o besouro. A orientação é informar imediatamente a Cidasc ou a Epagri. Nesse caso, um profissional habilitado vai até o local e colhe material, que será avaliado para dar o diagnóstico, porque outras pragas podem atacar a colmeia com sintomas semelhantes.

Mobilização estadual

Segundo o coordenador de apicultura da Epagri, Ivanir Cella, a Empresa está mobilizada para alertar os produtores de mel do Estado sobre os riscos da praga. As informações estão sendo disseminadas por meio de seminários regionais, cursos, oficinas e palestras já agendadas ao longo do ano.

Nos dias 5 e 6 de agosto, a Epagri, em conjunto com a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc) e com apoio de outras entidades, promove o Encontro Catarinense de Apicultores na cidade de Porto União. A principal atração será a presença de David De Jong, doutor em entomologia pela Cornell University, professor da Universidade de São Paulo (USP) e consultor da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Esse pesquisador tem a patologia apícola como um dos principais temas de estudo.

O Brasil é o oitavo maior produtor de mel do mundo, mesma posição que ocupa no ranking de exportações. Santa Catarina responde por 13% do mel produzido no País, com um volume que ultrapassa 6 mil toneladas por ano. É o terceiro estado brasileiro em produção e o segundo maior exportador do País. Os números se explicam pela alta produtividade: enquanto a média nacional é 5kg/km2 a cada ano, em Santa Catarina esse índice sobe para 28kg/km2. Mas o maior impacto econômico da apicultura catarinense está no ganho de produtividade de maçã, pera, ameixa e outras culturas graças ao trabalho de polinização realizado pelas abelhas.

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