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São Ludgero é primeiro município brasileiro a ter todo esgoto tratado no campo e na cidade

Foram realizadas 3,2 mil ligações no perímetro urbano e mais de 600 instalações no meio rural (Fotos: Prefeitura de São Ludgero)

São Ludgero detém um título inédito no Brasil: o de ser o primeiro município a ter 100% do esgoto doméstico tratado nas áreas urbana e rural. Ao longo dos últimos anos, foram realizadas 3,2 mil ligações no perímetro urbano e mais de 600 instalações do Sistema Individual de Tratamento no meio rural.

A ação foi motivada por um trabalho iniciado pela Epagri em 2005, com investimento público do Projeto Microbacias. Na época, as famílias rurais, reunidas com técnicos da Epagri, decidiram investir no saneamento de suas propriedades. A partir daí, um Sistema Individual de Tratamento (SIT) foi desenvolvido para a realidade de São Ludgero, conhecido como Kit de Fossa Séptica, e as primeiras instalações iniciaram. “A adesão das famílias foi grande e esse foi o ponto de partida para o projeto que, depois, se estendeu para todo o município”, explica Gustavo Gimi Santos Claudino, gerente regional da Epagri de Tubarão.

O projeto intitulado “São Ludgero 100% Esgoto Sanitário Tratado” foi lançado pela Prefeitura em 2015, durante as comemorações de aniversário da cidade. O objetivo era trabalhar para que todas as famílias do perímetro urbano e do meio rural fossem beneficiadas com o tratamento do esgoto doméstico.

A iniciativa teve como parceiros a Epagri, que ficou responsável pelo trabalho na área rural, e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), que atuou na área urbana. Um Grupo Gestor foi criado com representantes de diversos setores públicos, além de parceiros, como Secretaria da Saúde, Agricultura, Comércio, Indústria e Turismo e Vigilância Sanitária. No meio rural, o projeto também contou com a parceria dos Agentes Comunitários de Saúde, que receberam capacitação da Epagri.

Nas propriedades rurais, foram instalados sistemas individuais de tratamento

Agora, nas residências da área rural, o esgoto chega até a fossa, passa por um filtro e o tratamento de purificação é finalizado num sistema chamado círculo de bananeiras. Com o propósito traçado de atingir 100% das famílias, de 2015 até hoje foram mais de 350 SIT instalados. A média de recursos investidos pela prefeitura, levando em consideração peças, máquinas e profissionais, chega a R$ 1,8 mil por família.

No perímetro urbano, a coleta e o tratamento do esgoto doméstico já existiam e o desafio foi atingir 100% das casas. O trabalho passou pela regularização fundiária de algumas residências e incluiu revisões nas redes para detectar e regularizar possíveis ligações clandestinas ou residências que não estavam legalmente ligadas à rede. Hoje todo o esgoto do perímetro urbano chega à ETE e passa por um processo totalmente natural de despoluição que utiliza bactérias aeróbias e anaeróbias.

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