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Epagri e Satc fortalecem inovação no campo durante Fórum Técnico do Agronegócio Catarinense

A Epagri e a Sact (Sociedade de Assistência aos Trabalhadores do Carvão) assinaram no último dia 12 de dezembro, em Criciúma, um termo de cooperação para atuação conjunta no desenvolvimento tecnológico, uso sustentável de resíduos e produção regional de fertilizantes. O acordo foi firmado durante o Fórum Técnico de Inovação no Agronegócio Catarinense, que reuniu pesquisadores, gestores públicos e representantes do setor produtivo para debater caminhos estratégicos para o futuro do agro em Santa Catarina. O evento teve apoio financeiro do BRDE.

Acordo de cooperação entre Epagri e Sact foi assinado com o objetivo de promover uso sustentável de resíduos e produção regional de fertilizantes (Foto: Lucas Jorge/Sact)

O agronegócio brasileiro, apesar de ser referência mundial na produção de alimentos, ainda depende da importação de mais de 85% dos fertilizantes. O Fórum destacou a importância de ampliar a autonomia produtiva e incentivar soluções locais alinhadas ao Plano Nacional de Fertilizantes e ao Programa Nacional de Bioinsumos.

Para o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Carlos Chiodini, a pauta é estratégica para o país. “O Brasil é o celeiro do mundo e a grande discussão global hoje é a segurança alimentar. Nenhum país se sustenta sem alimento. Ao mesmo tempo, temos uma grande deficiência, que é a dependência externa de fertilizantes. É impossível que um país da grandiosidade do Brasil não invista em pesquisa, tecnologia e conhecimento para ser autossuficiente, ainda mais tendo aqui as propriedades naturais para isso”, destacou.

Chiodini também ressaltou o papel histórico do carvão na região Sul e sua conexão com novas tecnologias. “O carvão foi fundamental para o desenvolvimento econômico da região e continua fazendo parte da matriz energética. O desafio agora é reduzir emissões e transformar subprodutos do carvão em soluções para a agricultura, unindo energia, inovação e segurança alimentar”, completou.

O diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan, enfatizou o ambiente de ciência e tecnologia como motor do desenvolvimento regional. “Estamos em uma instituição com 67 anos de história, mais de 5.500 alunos e atuação que vai da educação básica ao mestrado. Aqui, olhamos para o futuro. Começamos pesquisando o uso de cinzas de termoelétricas para captura de CO₂ e, no caminho, identificamos o potencial da zeólita como fertilizante de liberação lenta, reduzindo a pegada de carbono e aumentando a produtividade no campo. Isso é inovação: começar por um ponto e descobrir novas possibilidades”, afirmou.

Zancan também destacou o protagonismo da Satc no cenário nacional.  “A Satc lidera um hub nacional de transição energética aplicada à produção de fertilizantes, conectando governo, ciência e setor produtivo. Santa Catarina passou a integrar esse ecossistema de inovação por conta dos projetos desenvolvidos aqui”, ressaltou.

Cooperação técnica

Durante o Fórum, a programação técnica reuniu especialistas para discutir o aproveitamento de resíduos orgânicos e minerais, a produção de fertilizantes mais eficientes e a redução da dependência de insumos importados.

Stevan Grutzmann Arcari, gerente da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, destacou a importância de reduzir a dependência de fertilizantes importados (Foto: Lucas Jorge/Sact)

O pesquisador da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, Leandro Hann, apresentou a estrutura e o potencial da empresa para o desenvolvimento de pesquisas vinculadas ao hub de fertilizantes. Ele destacou a atuação da Epagri em todo o território catarinense, com presença nos 295 municípios por meio dos escritórios de extensão rural e de estações experimentais. Todas as unidades contam com equipes técnicas qualificadas nas áreas das ciências agrárias, atuando nas principais cadeias produtivas de Santa Catarina.

A estrutura da Epagri inclui laboratórios especializados, com destaque para análises de solo e de tecido vegetal. A empresa conta também com áreas experimentais que permitem a condução de ensaios fundamentais para testar novos fertilizantes, muitos deles desenvolvidos a partir de resíduos orgânicos. A estrutura da Estação Experimental de Urussanga, por sua proximidade com a Satc, foi disponibilizada como estratégica para apoiar diretamente as ações do hub sediado na instituição.

A assinatura do termo de cooperação com a Epagri reforçou a integração entre pesquisa, extensão rural e setor produtivo. Para Stevan Grutzmann Arcari, gerente da Estação Experimental da Epagri em Urussanga, a parceria retoma uma trajetória histórica de colaboração.

“A história da Epagri e da Satc já se cruza há décadas, desde a recuperação de áreas degradadas pela mineração do carvão até projetos mais recentes. Essa parceria para o hub de fertilizantes é extremamente promissora e tem tudo para dar certo, porque une profissionais qualificados, vontade de fazer e, principalmente, proximidade com o setor produtivo”, afirmou.

Arcari também ressaltou a importância de Santa Catarina integrar o hub nacional de fertilizantes. “Trazer uma das unidades do Cefenp (Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas) para o estado é um avanço estratégico. Isso fortalece a pesquisa aplicada, a transferência de tecnologia e coloca Santa Catarina em posição de destaque no desenvolvimento de soluções para reduzir a dependência de fertilizantes importados”, completou.

O evento ainda contou com uma mesa redonda com técnicos e autoridades que ressaltaram a importância das pesquisas voltadas às alternativas de fertilizantes em Santa Catarina.

Por Lucas Jorge, Jornalista/Assessor de Imprensa Sact

Informações para a imprensa: Isabela Schwengber, assessora de Comunicação da Epagri, (48) 3665-5407 / 99161-6596

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