Uma comitiva formada por representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), INCRA, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) estiveram na Epagri em Itajaí, para conhecer as tecnologias de produção orgânica do Projeto Hortaliça. O grupo veio a convite do deputado estadual Padre Pedro Baldissera, com o objetivo de impulsionar a produção de alimentos orgânicos no Estado. A visita aconteceu em 6 de outubro.

O engenheiro-agrônomo e pesquisador Alexandre Visconti recepcionou a comitiva no auditório da Estação Experimental de Itajaí (EEI), onde fez uma apresentação sobre as tecnologias desenvolvidas no Projeto, que é referência estadual e nacional. Entre elas, os cultivares de tomate Kaiçara e de alface Litorânea, o Sistema de Plantio Direto de Hortaliça (SPDH), o aplicativo EpagriTec, e a unidade portátil de produção de biofertilizante aeróbico, uma tecnologia aberta que já está sendo usada por agricultores catarinenses, capacitados através de cursos e extensão.
Alexandre também apresentou a equipe do projeto, formada por sete pesquisadores especialistas em melhoramento genético, fertilidade do solo, fitotecnia, fitopatologia e entomologia. Em seguida, a comitiva foi conhecer o Projeto, onde ficam os cultivos abrigados, a produção de mudas, experimentos com cultivo suspenso, as unidades de coleta de água de chuva, fitossanidade e o setor de compostagem, onde é feito a reciclagem de resíduos dos experimentos e do Centro de Treinamento de Itajaí (Cetrei).
Reaproveitamento de resíduos da pesca e aquicultura impulsiona economia circular
O superintendente do MAPA em Santa Catarina, Ivanor Boing, ficou impressionado com tudo que viu, especialmente interessado na unidade portátil de produção de biofertilizante aeróbico. “Precisamos de alternativas práticas e com preço acessível para incentivar o pequeno produtor a produzir orgânicos, que é uma demanda cada vez maior do consumidor. Não só os ingredientes para o biofertilizante, como o material utilizado para a construção da unidade portátil são de fácil acesso”, declarou.
O representante do MPA em Santa Catarina, Paulo Cezar Von Kruger, também se interessou pelo biofertilizante, que utiliza farinha de peixe em sua composição, como fonte de nitrogênio. Para ele, o uso de resíduos da pesca e aquicultura para a produção de biofertilizantes possibilita um aproveitamento integral dos pescados, além de reduzir os resíduos que são direcionados para os aterros sanitários. “Este tipo de tecnologia é de extrema importância, pois fomenta a economia circular”, acredita.

Paulo Cezar disse ainda que a necessidade deste insumo pode estimular a criação de indústrias de processamento de pescado no interior, onde a farinha de peixe não é tão usual, apesar da boa quantidade de propriedades que cultivam tilápia e outros peixes de água doce. “Essa demanda pode estimular a formação de organizações ou cooperativas para coletar esses resíduos nas unidades de processamento do pescado para produção da farinha, gerando renda e diminuindo o passivo ambiental”, conclui.
Para a superintendente da Conab, Lorena Almeida, as ferramentas tecnológicas desenvolvidas pela Epagri demonstram grande potencial para fortalecer a agricultura familiar e ampliar a oferta de alimentos saudáveis. “Essas iniciativas dialogam diretamente com as ações da Conab, especialmente nas políticas de abastecimento e programas de apoio à produção e comercialização ao pequeno produtor”.
Por Renata Rosa, jornalista bolsista da Epagri/Fapesc
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