A Epagri promoveu uma série de oficinas com alunos do sexto até o oitavo ano da Escola Básica Municipal em Agropecuária Demétrio Baldissarelli, localizada no distrito de Marechal Bormann, em Chapecó. As atividades de educação ambiental e alimentar foram conduzidas pela extensionista social da Epagri, Josefina Aparecida Nunes de Carvalho, nos dias 22, 25 e 26 de setembro. Foram realizadas oficinas de Corações Afetivos no oitavo ano, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) no sétimo ano, e Cores da Terra para o sexto ano.

A proposta destas práticas, segundo Josefina, é trabalhar temas importantes de maneira lúdica. Para Karielen Fernanda Bueno, aluna do oitavo ano, o processo de confecção dos corações, desde a escolha das ervas aromáticas que serviram de enchimento, até a produção, foi uma experiência nova. “Foi muito legal, porque muitos colegas não sabiam costurar, então nós nos ajudamos e foi bom porque isso nos prepara para algumas coisas, ajuda na coordenação motora e na paciência, a gente erra, mas tem que ter calma para corrigir. O resultado final ficou muito bonito”. Josefina explica que os alunos puderam conhecer um pouco mais sobre as propriedades de algumas plantas aromáticas e compartilharam histórias e memórias entrelaçadas pelas lembranças dos chazinhos da vovó ou da horta de casa, além de trabalhar o apego emocional, porque ao final da atividade ela questionou quantos deles estariam dispostos a trocar os corações com os colegas.
Aluno do sétimo ano, Bruno Eduardo Wolff Adão, participou da atividade com as PANCs, em que os estudantes fizeram brigadeiro a partir da biomassa de banana. Ele se mostrou surpreso com a versatilidade de alguns alimentos e flores. “Eu não sabia que a flor sininho é comestível. Na minha casa tem um monte, nós a achamos muito bonita, mas não sabíamos que dava para comer. Com essa informação eu certamente vou procurar alguma receita para poder aproveitar”, afirma. A extensionista da Epagri enfatiza que é importante que cada vez mais pessoas conheçam as potencialidades de plantas que possuem um grande valor nutricional e explorem os alimentos em sua integralidade, da raiz até a casca.
Na oficina de Cores da Terra, realizada no sexto ano, os alunos puderam aprender de forma lúdica que é possível produzir tintas a partir de elementos naturais, como terra, erva-mate, repolho roxo, cúrcuma e café. Os alunos criaram misturas de cores que deram vazão à criatividade nos desenhos que surgiram no papel. Deividy Elizandro Almeida e Eliza Vitória Rodrigues Roque, acharam a atividade muito legal porque conheceram coisas novas e se divertiram muito. Ao final da manhã, os desenhos foram expostos para a turma e os estudantes puderam falar sobre como se sentiram realizando esta tarefa. Além de explorar a imaginação, a criação de tintas com estes elementos demonstra que é possível economizar e ressignificar a relação com a natureza, observa Josefina.
Cooperação entre a Epagri e a escola fortalece vínculos e pavimenta as bases do futuro
A professora Kariane Paula Druzian, conta que logo no primeiro ano em que começou a lecionar na escola foi apresentada à Josefina, e, desde então, todos os anos a convida para vir trabalhar com os alunos, porque “eles demonstram interesse e é um momento em que não só os estudantes, mas também nós, professores, aprendemos muito”, diz.

Josefina salienta que as parcerias entre instituições são benéficas, pois agregam conhecimento e valorizam o trabalho. De maneira complementar, Kariane destaca que ações conjuntas com órgãos como a Epagri e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), são imprescindíveis, principalmente por se tratar de uma escola agropecuária. A professora acredita que além de desenvolver habilidades e difundir conhecimentos, a proximidade com profissionais destas instituições faz com que os alunos conheçam suas respectivas áreas de atuação. “Já houve situações onde as crianças identificaram sinais de doenças em plantas e animais e orientaram os pais a procurar ajuda da Epagri e da Cidasc”, revela Kariane.
Estas ações aproximam as instituições e evidenciam os efeitos positivos da articulação colaborativa, promovendo uma relação de confiança com as novas gerações que darão continuidade ao trabalho realizado pela família no campo.
Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista Epagri/Fapesc